Não encontro outro descanso senão nos teus olhos. E não é a mocidade que eu vejo brilhando no fundo dos teus olhos de vinte anos — é a eternidade.
O corpo branco no domingo branco. O pensamento branco como página para escrever.
Se o vento zumbe terrível (como agora sobre as salinas), não recriminemos o vento — ele desempenha o seu papel. Desempenhemos os nossos papéis. Eis tudo. Quantas vezes já não fomos ventos devastadores na vida das criaturas? Quantas ruínas já não deixamos atrás de nós?
As limitações levantam-se como cercas de espinhos, boa parte delas gerada por nós próprios, servos inconscientes de obsoletos códigos.
A que heroísmos nos impulsionam! Em que depressões nos afundam!
Para as palpitações e dores nas pernas, a ciência, consultada sob a forma pouco sutil de Gasparini, responde: são estrepolias do vago.
Não guardo meus defeitos para a intimidade.
Nada está direito. A vida é insuportável. Mas devemos calar.
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