quarta-feira, 30 de maio de 2012

Incertezas'

Pensamento do dia: Incertezas – Nós, seres humanos, de carne e osso, não gostamos da incerteza. Ela nos apavora. Engole-nos. Atormenta-nos. Queremos ter a certeza de ter o melhor trabalho, de escolher a pessoa certa, de passar no melhor concursos etc. Enfim, ter a certeza de que seremos felizes. Queremos ter a certeza de que basta fazer as coisas certas, que o caminho será pavimentado por boas e suaves alegrias durante a vida. Certeza. É tudo que queremos. Se ela fosse vendida, não haveria dinheiro no mundo que pudesse comprá-la. E alguns nos perguntam, dinheiro? Sim, porque todos querem dinheiro? Porque dinheiro é bom, não é uma boa resposta. Dinheiro pode comprar muitas coisas. Mas não pode comprar o amor, a alegria e, muito menos, a certeza. Mas ele dá segurança a quem o possui. Então os seres humanos inseguros gostam do dinheiro, já que ele reduz as suas inseguranças. Com dinheiro, aumentam suas chances de reduzir a incerteza de sua vida. Você pode ter uma boa faculdade e reduzir o risco de ficar desempregado no futuro. Você pode fazer uma boa poupança e reduzir as chances de precisar pedir ajuda à família quando for mais velho. Você, com dinheiro, pode ter um grande círculo de amizades (ainda que desinteressadas) evitando assim o risco de viver uma vida solitária. Por isso que gostamos desse tal dinheiro. Ele parece aumentar a certeza sobre aquilo que jamais podemos prever. O caminho de nossas vidas. Mas, assim como estatístico não pode prever o resultado de um único lançamento de uma única moeda, o mais rico dos homens jamais saberá e jamais terá a certeza do que acontecerá em sua vida. Se ele será feliz. Se ele terá um bom casamento. Se ele será amado por sua mulher e por seus filhos. E isso acontece porque a aleatoriedade faz parte da vida. A pessoa pode ficar anos a fio estudando para uma prova e na hora "h", simplesmente não ser aprovada por um "detalhe". Um atleta fica anos a fio treinando para 15 segundos de glória que podem não acontecer, por um deslize milimétrico. A criança mais bela e inteligente que encontramos pode ser tomada por uma doença incurável. Aos invés de nos lamentarmos pelas incertezas que nos cercam e dos infortúnios que ocorrem, talvez fosse mais producente, encarar tudo isso como resultado da imprevisibilidade da vida. E a graça da vida está justamente na sua imprevisibilidade. É da incerteza que nascem os amores, as paixões, os gênios, a genialidade, o drible, a sorte, e é o que faz a roda da vida girar. A mesma incerteza que faz a gente viver sempre acreditando que tudo dará certo, mesmo sem saber isso ocorrerá. Mas que nos deixa a porta aberta, para ser surpreendidos pelas pérolas da vida. Do mesmo modo que não gostamos da incerteza, adoramos ser surpreendidos pela pessoa amada que traz um buquê de flores em um dia comum. Adoramos acertar aqueles números da mega-sena que nem esperávamos. Amamos encontrar aquela nota de 100 reais no chão esperando que o dono (que lamentará o infortúnio) deixou cair. Se a vida fosse só certeza, esses momentos de alegria e de surpresa, seriam furtados de nós juntamente com os problemas. Quer saber? Prefiro o coração batendo de paixão, a angústia do penâlti mal batido (para fora, ainda bem), a surpresa do fim-de-semana preparada pela pessoa amada, do que me lamentar pelo aposta mal feita no cavalo 17 e pela nota de 100 reais perdida. É isso ai, pessoal. Fiquem com Deus, tenham um bom dia e que a vida de vocês seja arrebatada por maravilhosas incertezas.

Roquison Oliveira

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